Comunicação Não-Violenta, a CNV, é uma metodologia que contribui signifi cativamente para a administração e expressão de emoções sem agressão ou criação de conflitos.
Quando queremos dizer algo que nos incomoda, por exemplo, e não temos esta ferramenta, é provável que nos saia de forma ríspida ou que não digamos nada para não “machucar” o outro: o que acaba sendo uma autoagressão.
A CNV nos ajuda a poder expressar de forma genuína o que sentimos; busca a identifi cação das necessidades dos indivíduos e propõe soluções criativas, cooperativas e empáticas. É um processo de entendimento que propõe uma mudança de foco: dos erros próprios e alheios para as necessidades de todos.
A CNV foi criada pelo psicólogo americano Marshall Rosenberg (1934-2015). É resultado de sua especialização em Psicologia Social, de seus estudos de religião comparada e suas vivências pessoais. Marshall cresceu em um bairro violento de Detroit, na época dos conflitos raciais da década de 1960, nos Estados Unidos. Seu livro mais conhecido (‘Comunicação não-violenta: técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profi ssionais’) é best-seller internacional traduzido para mais de 30 idiomas.
Para qualquer pessoa que queira ser mais empática, mais ouvinte, mais assertiva na sua comunicação e, de alguma forma, mais livre. A CNV é uma escolha entre uma linguagem que induz à culpa e uma linguagem que facilita a conexão. Pode ser usada no ambiente familiar, escolar, comunitário, corporativo e jurídico, sendo uma ferramenta importante na mediação de conflitos.
Para a CNV, “toda violência é a expressão trágica de uma necessidade que não está sendo atendida”. Um ato de violência é quase um pedido de ajuda. A CNV pode ajudar em situações de confl ito e aumentar a colaboração e o apoio mútuos. Através desta linguagem, pode amenizar grande parte dos problemas nas relações. Com a CNV, é possível estabelecer diálogos mais empáticos e autênticos e conduzir conversas com mais confi ança, mesmo em situações difíceis ou desafi adoras. Com ela, podemos compreender melhor o que acontece com uma pessoa que manifesta um comportamento agressivo e aumentamos nossa compaixão, qualidade de nossa escuta, respeito e empatia.
Muito! Temos um paradigma social e profi ssional de que, para sermos respeitados e crescermos socialmente, precisamos ser super-homens e super-mulheres. Não obstante, quando vemos que uma pessoa não só admite como compartilha seus pontos vulneráveis, sentimos que temos proximidade com essa pessoa e a conexão aumenta. É como se pudéssemos admirar e nos inspirar muito mais por uma pessoa real do que por um arquétipo idealizado.
Se você perguntar às pessoas “vocês gostam de violência?”, a grande maioria vai dizer que não. Ao mesmo tempo, há muita gente com comportamentos e linguagens violentos. Quando uma pessoa aprende CNV, ela é convidada a tomar uma decisão de vida, no sentido de aderir a algo maior do que uma técnica: é adotar um princípio de conduta, entendendo que é com o atuar de cada um que a violência poderá ser diminuída, e que cada um pode fazer sua parte. Quando uma pessoa pratica CNV, ela consegue ser empática com ela mesma, atender às suas próprias necessidades e também estar atenta às necessidades das pessoas ao seu redor.
PAMELA SELIGMANN - Psicóloga e pedagoga, formada há 13 anos em CNV. Ministra cursos da metodologia na Casa Firmamento (Pinheiros-SP). Siga no Instagram @casafirmamento.