Quadrilha caipira da Terceira Idade completa 10 anos de história

Data de Postagem: 01/06/2016

Junho é sinônimo de baixas temperaturas e da quermesse da Associação. Além do churrasco, pipoca e vinho quente, a quadrilha dos grupos da Terceira Idade já virou tradição durante os dias de festa e, em 2016 o grupo completa 10 anos. Neste ano, serão duas apresentações, nos dias 26 de junho e 3 de julho, sempre às 20h, no Ginásio Manoel Guarini.

A aposentada Eunice Pinto Pedroso, do grupo Nova Vida, foi a idealizadora da quadrilha, na época em que era a assessora da Terceira Idade. "Tivemos muitas dificuldades no início e eu quase desisti de organizar. Mas a Revista Associação Clube de junho de 2006 trouxe a notícia de que estávamos ensaiando para a apresentação durante a festa. Aí não teve jeito, teríamos que dançar de qualquer maneira", lembra.

Apesar das dificuldades, a apresentação foi um sucesso. "Conseguimos empolgar o público. No final, algumas pessoas do bingo ficaram entusiasmadas e se juntaram à quadrilha. Foi muito bonito. Fiquei muito emocionada porque, mesmo com todas as dificuldades, consegui com que a nossa quadrilha dançasse", completa.

Desde então, o grupo, composto por 14 duplas, se apresenta todos os anos. Em 2008, a quadrilha ganhou um reforço de peso nos ensaios: a chegada de Luiz João Marotti, estudioso deste tipo de dança. Morador de São Bernardo, há 58 anos ele organiza em seu bairro as festas dos três santos de junho, Santo Antônio, São João e São Pedro, e já ensaiou diversas quadrilhas por muitos anos.

"Eu invento passos e lembro tudo de cabeça. É muito importante mantermos a memória e o folclore vivos, ainda mais em uma época em que as pessoas não parecem ligar muito para o passado e se importam muito com o dinheiro. Não podemos nos esquecer das nossas origens. Herdei o gosto pelo folclore do meu pai, que organizava festas juninas e a procissão dos carroceiros em São Bernardo", conta.

Do alto dos seus 84 anos, desde maio ele coordena os ensaios da quadrilha para a apresentação deste ano. O ponto alto, sem dúvida, é a apresentação, conduzida por ele, com direito a noiva, padre e casamento. Por conta da dedicação, a quadrilha foi batizada ?Grupo Folclórico Luiz João Marotti? em sua homenagem.

Diversão

A aposentada Maria Maciel Marques Reis, do grupo Esperança, é uma das integrantes da quadrilha. Para ela, a atividade é uma terapia. "Eu adoro. Faz bem para a cabeça, para o corpo, para alma. Nós rimos muito. É bom para relembrar os tempos passados. Minha família toda vem me assistir dançando, eu adoro essa época do ano", diz.

Além da Festa Junina, a quadrilha da Associação também se apresenta fora do clube. O grupo já dançou durante o Festival de Folclore de São Bernardo e o Revelando São Paulo, festival de cultura popular organizado pelo Governo do Estado de São Paulo.

Sobre a dança

A quadrilha, uma dança com passos marcados, teve origem na Inglaterra por volta dos séculos 13 e 14. Durante a Guerra dos Cem Anos, conflito entre ingleses e franceses, a dança foi difundida na França, que a levou para os palácios. Chegou ao Brasil no século 19, com a vinda da corte real portuguesa. Rapidamente, essa dança, típica da nobreza, caiu nas graças do nosso povo animado e festeiro, que a adaptou aos costumes locais.