Você é doador de medula óssea?

Data de Postagem: 01/11/2016

Cadastrar-se no registro nacional de doadores é simples e pode salvar vidas

O transplante de medula óssea pode ser a diferença entre a vida e a morte para pacientes com doenças graves como leucemias, anemias adquiridas ou congênitas, linfomas e mielodisplasias. A técnica, que consiste na substituição de células doentes por células sadias, é considerada segura e é indicada para o tratamento de mais de 80 doenças. O desafio é encontrar um doador compatível.

“A probabilidade de se achar um doador na família, somente em irmãos de mesmo pai e mãe, varia entre 25% e 30%. Hoje as famílias estão cada vez menores, por isso os bancos de doadores voluntários são tão importantes”, afirma o pediatra, hematologista e especialista em transplante de medula Luis Fernando Bouzas, que também é coordenador do Redome, o Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea.

Mantido pelo Ministério da Saúde, o Redome reúne informações de pessoas de todo o Brasil dispostas a doar medula óssea. Atualmente conta com quatro milhões de doadores cadastrados e é o terceiro maior do mundo. Para encontrar um doador compatível, o Redome realiza uma busca integrada no banco nacional e em todos os registros internacionais, acessando os 28 milhões de doadores cadastrados no mundo.

“A probabilidade de se encontrar um doador é individual. Costuma-se usar a média de um em cem mil, mas cada pessoa tem a sua própria dificuldade ou facilidade de encontrar um doador. Com quatro milhões de cadastros, o Redome é um registro com representatividade das características genéticas da população brasileira. Hoje a chance de se encontrar um doador é muito maior do que em 2003, quando tínhamos 30 mil registros e encontrávamos doadores para 10% da população. Com quatro milhões de voluntários cadastrados, esse percentual subiu para 90%. Quanto maior o registro, maiores são as chances”, explica o médico.

Quando o sistema encontra um paciente compatível, o doador é chamado para exames mais completos. “É essencial que as pessoas mantenham o cadastro atualizado ao mudar de endereço, telefone ou e-mail, pois sem isso temos dificuldade de contatar o doador”, ressalta.

Uma nova chance

Em 2009, a professora Larissa Helena Deptula Pereira foi diagnosticada com um tipo de linfoma. Dois meses após o tratamento, a doença voltou, o que exigiu uma quimioterapia mais forte. Foi feito um transplante de medula autólogo, com suas próprias células-tronco. Em 2013, depois da alta carga de quimioterapia, a medula de Larissa começava a dar sinais de falência, deixando de produzir plaquetas, hemácias e leucócitos. Com a saúde bastante debilitada, a única possibilidade de cura era o transplante.

O passo seguinte era encontrar um doador. Após testes, nenhuma das duas irmãs era 100% compatível. Com medo de uma nova rejeição, Larissa foi buscar um doador no Redome. Em janeiro de 2015, ela fez recebeu a medula óssea doada por Alinne Colombo, de Porto Velho (RO), cadastrada no registro de doadores. “Quando soube que a minha espera tinha acabado, senti uma felicidade sem tamanho, fui inundada de amor”, revela.

Quase dois anos após o transplante, a professora se recupera bem. “Se hoje posso trabalhar, caminhar, respirar, viver, é porque alguém quis partilhar a vida comigo. Isso mudou minha perspectiva da humanidade. A Alinne tem a minha gratidão eterna e a certeza de que, enquanto eu viver, pensarei nela todos os dias, pedirei que seja muito agraciada e honrarei esta oportunidade de vida que ela me deu”, afirma Larissa, que fez questão de conhecer sua doadora pessoalmente.



Para saber mais:
www.redome.inca.gov.br
www.ameo.gov.br