Especial

Data de Postagem: 01/11/2013

Elas prometem resultados milagrosos, mas causam carência de nutrientes e outros problemas ao organismo   A obesidade já é considerada uma epidemia mundial e o Brasil faz parte desse quadro preocupante. Segundo pesquisa divulgada em agosto pelo Ministério da Saúde, 51% da população brasileira com mais de 18 anos está acima do peso ideal. Já a obesidade atinge 17% da população.   Com o verão se aproximando, perder peso passa a ser o objetivo de muitas pessoas. Afinal, quem não quer chegar à estação mais quente do ano com tudo em dia? No entanto, a necessidade pode virar uma obsessão e, na corrida pelo corpo desejado, muitas pessoas se arriscam seguindo dietas que estão na moda e que prometem resultados rápidos e milagrosos. Porém, além dos quilos extras, você pode estar perdendo saúde.     “Não existe dieta milagrosa. Perder peso não é difícil, o difícil é fazer a manutenção disso. Ninguém consegue manter uma dieta destas por muito tempo. As pessoas precisam entender que fazer dieta não resolve, é preciso aprender a comer da forma correta”, alerta a nutricionista que atende na Associação, Margareth Montão.   Segundo ela, dietas muito restritivas não possuem equilíbrio nutricional e causam carência de nutrientes no organismo. “Com as dietas da sopa, das frutas, das proteínas etc, a pessoa acaba negligenciando macronutrientes. Ela perde líquido e músculo e, então, acaba perdendo peso. Só que a balança não sabe o que ela está pesando e só se emagrece ao perder gordura”, explica.   O que os adeptos das dietas malucas não sabem é que elas podem causar sérias consequências para o organismo.   “Ao seguir essas dietas, o organismo passa por processos de adaptação, podendo sobrecarregar órgãos, como fígado e rins e levar a diversos problemas de saúde. A carência de nutrientes pode causar anemia, osteoporose, entre outras doenças. Essas dietas também podem levar o indivíduo a apresentar efeitos colaterais como insônia, falta de ar, irritabilidade e ansiedade, deixando-o mais propenso a largar a dieta”, esclarece a nutricionista da Equilibrium Consultoria Tereza Cibella.   Dietas malucas   De vez em quando, surge uma dieta milagrosa: fases da lua, frutas, USP, pontos, desintoxicante, entre outras. Entre as mais comuns estão as baseadas no consumo de proteínas, como a do Dr. Atkins e sua versão mais recente, a dieta Dukan.   Após seguir uma série de dietas que não deram resultados, a associada Luciana Zanon, 31 anos, conseguiu perder 10 kg com a dieta Dukan, associada a exercícios físicos. “Já fiz todas as dietas malucas que você pode imaginar: da sopa, da USP, entre outras. Também já tomei medicamentos para emagrecer. Eu me sentia mal, com taquicardia e sem disposição. Não faria novamente e nem recomendo. Mas, há dois meses, comecei a seguir a Dukan e emagreci 10 kg”, conta.   Luciana pretende emagrecer mais três quilos com a dieta, mas entende a importância da reeducação alimentar. “Pretendo seguir a Dukan até o final e depois prosseguir com uma vida saudável. Venho à academia do clube todos os dias. Mas o ideal é fazer a reeducação alimentar”, afirma.   Segundo a nutricionista Margareth, as dietas baseadas em proteínas podem prejudicar o organismo. “Essas dietas proíbem os carboidratos, mas eles são a primeira fonte de energia do nosso corpo. Como a pessoa não come carboidratos, o organismo usa a massa magra como energia. Com isso, perde-se massa nobre e a pessoa acaba ganhando gordura, pois o corpo armazena dessa forma tudo o que for ingerido”, explica.

Após seguir uma dieta drástica por uma semana, o associado Ricardo Madri Benucci, 15 anos, aprendeu a lição. “Nas férias de julho, fiz uma dieta de desintoxicação. Por uma semana, não tomava café da manhã e nem jantava, só almoçava proteínas e tomava shakes. Perdi cerca de dois quilos, mas sentia muito cansaço. Agora eu resolvi procurar a nutricionista do clube e estou fazendo uma reeducação alimentar”, diz.

Solução é a reeducação

Perder peso da forma correta requer ajuda especializada. É importante fazer uma consulta médica para descartar possíveis problemas de saúde relacionados ao aumento de peso e passar com um nutricionista para que ele possa auxiliar na reeducação alimentar.   “Dizemos que 60% da perda de peso vêm da alimentação equilibrada e 40%, de atividade física. Comer direito e em quantidade certa é fundamental. Dormir bem e fazer atividades físicas também são importantes. Com isso, a pessoa terá benefícios para o resto da vida”, ressalta Margareth.   Para a nutricionista, quando a pessoa passa a adotar este novo estilo de vida, os resultados aparecem em até seis meses. “Depende do metabolismo e do quanto ela segue nossas recomendações. Além disso, quando a pessoa faz dietas malucas, acaba desregulando tanto seu organismo que demoramos mais para obter os efeitos da reeducação alimentar”, alerta.