Comunicação não-violenta: como ela pode melhorar sua vida e suas relações?

Data de Postagem: 26/12/2019

O QUE É COMUNICAÇÃO NÃO-VIOLENTA?

Comunicação Não-Violenta, a CNV, é uma metodologia que contribui signifi cativamente para a administração e expressão de emoções sem agressão ou criação de conflitos.

Quando queremos dizer algo que nos incomoda, por exemplo, e não temos esta ferramenta, é provável que nos saia de forma ríspida ou que não digamos nada para não “machucar” o outro: o que acaba sendo uma autoagressão.

A CNV nos ajuda a poder expressar de forma genuína o que sentimos; busca a identifi cação das necessidades dos indivíduos e propõe soluções criativas, cooperativas e empáticas. É um processo de entendimento que propõe uma mudança de foco: dos erros próprios e alheios para as necessidades de todos.

QUEM INVENTOU A CNV?

A CNV foi criada pelo psicólogo americano Marshall Rosenberg (1934-2015). É resultado de sua especialização em Psicologia Social, de seus estudos de religião comparada e suas vivências pessoais. Marshall cresceu em um bairro violento de Detroit, na época dos conflitos raciais da década de 1960, nos Estados Unidos. Seu livro mais conhecido (‘Comunicação não-violenta: técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profi ssionais’) é best-seller internacional traduzido para mais de 30 idiomas.

PARA QUEM SE DESTINA?

Para qualquer pessoa que queira ser mais empática, mais ouvinte, mais assertiva na sua comunicação e, de alguma forma, mais livre. A CNV é uma escolha entre uma linguagem que induz à culpa e uma linguagem que facilita a conexão. Pode ser usada no ambiente familiar, escolar, comunitário, corporativo e jurídico, sendo uma ferramenta importante na mediação de conflitos.

QUAL O OBJETIVO DA CNV?

Para a CNV, “toda violência é a expressão trágica de uma necessidade que não está sendo atendida”. Um ato de violência é quase um pedido de ajuda. A CNV pode ajudar em situações de confl ito e aumentar a colaboração e o apoio mútuos. Através desta linguagem, pode amenizar grande parte dos problemas nas relações. Com a CNV, é possível estabelecer diálogos mais empáticos e autênticos e conduzir conversas com mais confi ança, mesmo em situações difíceis ou desafi adoras. Com ela, podemos compreender melhor o que acontece com uma pessoa que manifesta um comportamento agressivo e aumentamos nossa compaixão, qualidade de nossa escuta, respeito e empatia.

Expor a própria vulnerabilidade pode ajudar uma pessoa?

Muito! Temos um paradigma social e profi ssional de que, para sermos respeitados e crescermos socialmente, precisamos ser super-homens e super-mulheres. Não obstante, quando vemos que uma pessoa não só admite como compartilha seus pontos vulneráveis, sentimos que temos proximidade com essa pessoa e a conexão aumenta. É como se pudéssemos admirar e nos inspirar muito mais por uma pessoa real do que por um arquétipo idealizado.

COMO A CNV PODE MELHORAR A VIDA DE UMA PESSOA E DE QUEM ESTÁ AO REDOR DELA?

Se você perguntar às pessoas “vocês gostam de violência?”, a grande maioria vai dizer que não. Ao mesmo tempo, há muita gente com comportamentos e linguagens violentos. Quando uma pessoa aprende CNV, ela é convidada a tomar uma decisão de vida, no sentido de aderir a algo maior do que uma técnica: é adotar um princípio de conduta, entendendo que é com o atuar de cada um que a violência poderá ser diminuída, e que cada um pode fazer sua parte. Quando uma pessoa pratica CNV, ela consegue ser empática com ela mesma, atender às suas próprias necessidades e também estar atenta às necessidades das pessoas ao seu redor.

PAMELA SELIGMANN - Psicóloga e pedagoga, formada há 13 anos em CNV. Ministra cursos da metodologia na Casa Firmamento (Pinheiros-SP). Siga no Instagram @casafirmamento.