Carnaval é tradição na Associação

Data de Postagem: 01/02/2017

A primeira sede do clube era uma casa alugada na Rua Ítalo Setti. Em 1958, um galpão de madeira com 300 metros quadrados foi inaugurado no terreno anexo ao prédio simples. Lá, muitos bailes se realizaram, entre eles, o primeiro carnaval.

“O som era da vitrola com três discos que tocavam 20 músicas direto. Essa vitrola era emprestada do pai do nosso carnavalesco Escobar. Um belo carnaval, um sucesso. O início de nosso clube foi difícil, mas muito alegre”, relatou Leonardo Fernandes Filho, o segundo presidente da Associação, em depoimento à revista O Dragão de março de 1998. Falecido há 12 anos, Fernandes comandou o clube entre 1959 e 1960.

Em 1964, já com a sede na Rua 28 de outubro, o Ginásio Lauro Gomes era inaugurado em grande estilo, ainda que extraoficialmente, no sábado de carnaval, dia 8 de fevereiro. A orquestra Francisco de Salles animou três bailes noturnos e duas matinês. Entre os convidados, autoridades como Lauro Gomes, ex-prefeito que estava à frente do município de Santo André na época, Hygino de Lima e Aldino Pinotti, prefeito e vice-prefeito de São Bernardo.

Os bailes da Associação eram monumentais e ganhavam fama na cidade e fora dela. No início da década de 70, surgem os blocos carnavalescos do clube: Dragões de Ouro, Juca Pato, PAF (Paz, Amor e Folia), Duca 70 e Ases.

“Em 73, por convite do prefeito Geraldo Faria, os blocos carnavalescos da Associação saíram às ruas. O sucesso foi tanto que, no ano seguinte, a cidade passou a ter a disputa de blocos, com o desfile na rua Marechal Deodoro”, lembra Claudio Rossi, presidente do Conselho Superior e folião.

O grande campeão dos blocos do clube e da cidade foram os Dragões de Ouro, com 14 desfiles, 10 títulos na avenida e 11 na Associação.

Na década de 80 e 90, a grandiosidade continua nos bailes e matinês. “A cenografia transformava o ginásio. O arquiteto Luiz Carlos Nascimento, que trabalhou conosco, pensava em cada detalhe. Mil e Uma Noites, No Reino dos Faraós e Império Chinês foram alguns dos temas”, conta Odair Battistin, que foi diretor social entre 1991 e 1995.

“Minha memória mais forte é o ginásio inteiro dançando ao som de ‘O Canto da Cidade’, de Daniela Mercury. O boom do axé nos anos 90 trouxe muita gente aos bailes”, relembra.